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Viajando com as crianças – e não dá muito trabalho? (1)

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Sim!!! Claro que dá!

Aliás, se alguém tiver a receita de como não ter trabalho com crianças por favor me conte. Aqui em casa são três!

O Papis costuma brincar que: “tem uma solução para alguém solitário e com tempo livre: um filho! É garantia de muito amor, companhia inseparável e trabalho sem fim, literalmente”.

Pois é, o trabalho sem fim nos acompanha nas viagens também. E não é apenas na repetição da ladainha: “Escovou os dentes? Penteou o cabelo? Lavou o rosto?” O primeiro grande trabalho começa com as malas, no plural porque para uma “família de 5” uma só não dá… Será necessário arruma-las, desarruma-las, arruma-las e desarruma-las de novo e ainda guardar as comprinhas do caminho (tem dicas aqui e aqui).

Malas…

Desde o primeiro minuto da viagem até pisarmos de novo na sala de nossa casa elas, as malas, estarão lá, participando de tudo. Põe as malas no carro, põe no carrinho, põe na esteira, põe no ônibus, põe no trem, põe no carro, põe no elevador e assim vai até que você pise em casa novamente. E nós ainda carregamos um carrinho de bebê. Mas as malas ao menos não andam sozinhas, já as outras malinhas… 🙂 Continua no próximo post E não dá trabalho? (2)

Uma forcinha (bem grande…)

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Se você ainda tem dúvidas sobre viajar com as crianças, se ainda se acha uma extraterrestre ou teme ter perdido o juízo, leia esta história.

Este casal sueco partiu para a lua de mel na Austrália, Nova Zelândia, Japão e Indonésia com um bebê de poucos meses. Acontece que eles não foram parar no jornal por causa da longa viagem com um bebê, mas sim por terem estado presentes em todos os desastres naturais ocorridos nestas regiões naqueles meses.

Antes de se impressionar com a história relaxe, acabou tudo bem. Depois perceba que o espanto não é com o fato deles estarem viajando com a filhinha, em lua de mel. Nos países nórdicos as licenças maternidade são enormes, então é comum famílias aproveitarem para realizar longas viagens com os pequenos.

Incrível: Lua-de-mel de casal sueco segue ‘trilha de destruição’ pelo mundo – 10/04/2011

Lua de Mel e desastres naturais pelo mundo 

A viagem de quatro meses de Stefan and Erika Svanstrom, com a bebê Elinor, era para ter sido uma lua-de-mel descontraída e ensolarada, mas acabou sendo marcada por desastres naturais.

Começando pela Alemanha onde enfrentaram uma tempestade de neve, foram para a Austrália, onde passaram por áreas afetadas por incêndios florestais, além de tempestades de monsões, lá e em Bali, na Indonésia.

Depois foram para Cairns, na Austrália, onde atravessaram o ciclone Yasi, o mais destrutivo a atingir a região em vários anos. Na próxima parada, o Japão, acabaram vivendo o terremoto em Tóquio.

Para encerrar, foram para Brisbane, na Austrália, logo depois das enchentes que devastaram a região.

Stefan, Erika and  Elinor

Veja mais na BBC:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/multimedia/2011/04/110408_videoluademelebc.shtml

Quando nós começamos?

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Um pouco menos radical que os nórdicos, pelo menos quando éramos mais inexperientes, nós gostamos de começar com pequenos percursos de carro feitos em poucas horas de viagem, especialmente para lugares familiares onde já conhecemos a infraestrutura que nos espera.

Falando claramente, nossos três filhos fizeram suas primeiras viagens de carro em torno dos 2 meses de vida. Nos três casos fomos para o interior, para a casa onde nasci onde a infraestrutura é mais do que conhecida e dista cerca de 200km de nossa casa.

Estas pequenas viagens de carro são muito educativas e proveitosas para todos. A partir delas, na medida em que nos sentimos seguros e percebemos na criança condições para passos maiores, vamos então aumentando os trechos.

Já a primeira viagem de avião tem variações entre os filhos e refletem nossa experiência adquirida.

Com nosso primeiro filho, ainda iniciantes, viajamos quando ele tinha cerca de 6 meses de vida para a casa dos avós, a 2.000km de distancia.

Dito (06 meses) nos idos tempo da Varig

Com a segunda filha, já mais experientes, fomos para Salvador e Costa do Sauípe quando ela tinha quase 3 meses de vida.

E com a terceira filha fomos aos 2 meses para a casa dos avós (2.000km) e depois aos 4 meses para a Europa.

Iaiá (05 anos) e Ninoca (04 meses) na Eurodisney. Será que elas estavam gostando?

Iaiá (05 anos) e Ninoca (04 meses) na Eurodisney

Alguns acharam que tínhamos perdido o juízo na última viagem?

Claro que sim! Mas o que é preciso ter claro é que não nos aventuramos sem rumo com duas crianças e um bebê de 4 meses. Tudo foi meticulosamente planejado para desfrutarmos nossas férias tranqüilamente.

Mas e os riscos?

Bem, riscos e imprevistos são intrínsecos à vida!

Primeiras viagens

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Quando começar a viajar com as crianças?

Perguntinha tão comum quanto difícil e não é a única…

Esta foi uma dentre as muitas dúvidas que me acompanharam durante a primeira gravidez.

Hoje, depois de três filhos e com alguma experiência no assunto, acredito que os primeiros passos são a reflexão que nos leva à certeza de que vamos continuar viajando, só que agora com as crianças!

Comece quando o coração disser que é a hora. Quando se sentirem prontos e com forças para dar início ao movimento, ainda que muitos achem que vocês perderam o juízo. E alguns vão mesmo achar isso! :-O

Quando tiver a certeza de que não ficou louca e de que não é um extraterrestre por planejar viajar com as crianças… boa viagem! Já pode começar a planejar! 🙂

Ninoca aos dois meses numa conexão em BrasíliaNinoca aos dois meses numa conexão em Brasília

Mas relaxe se não lhe parecer fácil, na prática não é fácil mesmo. É uma decisão que envolve diversas variáveis e escolhas familiares muito pessoais.

Depende de seu ponto de vista, suas escolhas, sua experiência com viagens, suas possibilidades financeiras. Depende de muito planejamento.

Mas depende também, e muito, do seu bebê e de mamis e papis. Depende daquele jeitinho entre mães e filhos, depende da confiança do bebê em você e sua segurança com relação a ele. Depende da disposição e tranqüilidade sua e de papis com relação à mudanças, movimentos, alteração da rotina, imprevistos.

Sim, porque viajar implica “necessariamente”: sair da rotina e mudar o sono, os costumes e as refeições… Se for ficar louca querendo reproduzir tudo igualzinho “lá em casa”… melhor ficar em casa. Avalie bem!

Então, estão tranqüilos, vai ser um prazer para vocês?

Se sim, comece consultando seu pediatra. A princípio os pediatras liberam algumas voltinhas das crianças entre o segundo e terceiro mês de idade, se tudo estiver bem.

Isso não significa que dar a volta ao mundo com um nenê que mal abre os olhos já está liberado, ou seja simples. Na prática, cada caso é um caso, cada filho é de um jeito, cada lugar demanda uma disponibilidade.

Com o primeiro filho acho mais fácil começar com pequenas viagens de carro para lugares próximos, de preferência algum lugar já conhecido. Atente para o clima local e conforto para banho, mamadas e sono do bebê.

E na medida que se sentir segura vá aumentando estes passos, distâncias e experiências.

O limite? É o mundo!

Ninoca dando umas voltinhas em Londres aos 04 mesesNinoca dando umas voltinhas em Londres aos 04 meses

E aí, se quiser mesmo dar a volta ao mundo não se sinta um extraterrestre. Dê uma olhada em: “Uma forcinha (bem grande…)”  , “Mais uma forcinha” e “Um empurrãozinho”.

Também pesquise em blogs americanos e europeus. Especialmente nos países nórdicos os pais aproveitam as longas licenças maternidade/ paternidade e dão sim a volta ao mundo com bebês!

Só não nutra a ilusão de percorrer todas as esquinas de Roma em dois dias e acompanhada por um bebê. Tampouco conhecer sete países em 20 dias e aproveitando o Europass até o limite. Já não são mais dois adultos viajando ou mochilando sozinhos, né?

Viajar com as crianças não é, nem deve ser, uma prova de resistência para elas, tá?

E para ajudar, tenha em mente: bebês são iguais em todos os lugares do mundo! Todos têm as mesmas demandas: choram (note que não estou falando de chiliques), fazem xixi e cocô e dormem.

Se seu bebê se enquadrar nesta descrição básica, bingo! Ele não é um extraterrestre! 🙂

Pode apresenta-lo ao restante da humanidade. Será bem vindo!

“A journey of a thousand miles must begin with a single step.” – Lao Tzu