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Viajando com as crianças – e não dá muito trabalho? (2)

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Continuando E não dá trabalho? (1)

Pois é… as malas dão trabalho mas ao menos não andam sozinhas, já as outras malinhas… 🙂

As malinhas... brincadeira!!! :-)

…brincadeira!!! Oh dó, mas não resisti Ninoca! 🙂

É preciso orienta-los a não se separar em lugares muito cheios. É preciso lembra-los de não esquecer a mochilinha pessoal e aquilo que ela carrega.

É preciso chama-los para fazer o número 1 e o número 2 na hora em que temos um bom banheiro ao alcance (e invariavelmente alguém não o usará para poder deixar sua “lembrança” depois, num banheiro pior! Será um problema no chip dos meus filhos?). Tem mais dicas aqui.

É preciso estar atento para ter uma muda de roupa ou casaco na mão.

É preciso ter água, suquinho e um lanchinho que segure a tarde, ou um imprevisto, até que seja possível sentar num restaurante.

É preciso avaliar se no menu do restaurante tem pratos que apetecem as crianças.

E se você já está cansada(o), ainda falta algo também essencial: é preciso educa-los quanto ao modo de se comportar naquele determinado lugar.

Se não é permitido tocar as obras do museu, “não toque”. Se não é permitido fotografar, “não fotografe”. Se a estatura não é permitida no brinquedo, paciência, deixa para a próxima viagem.

Se nos EUA as crianças têm que usar o “booster” no carro numa idade já liberada no Brasil, respeite, vamos todos sentados nas cadeirinhas e respeitando a lei local. (Mais dicas aqui)

Se na Europa as pessoas falam baixo, não gritam e tentam não incomodar a pessoa ao lado, lá vamos nós explicando, mostrando e exemplificando o comportamento esperado das crianças.

Como brinca o Papis, nas viagens de férias o trabalho sem fim vai com a gente!

Mas não é nossa função mesmo? E afinal de contas, trabalho sem fim é… sem fim! 😉

E viajando é uma ótima oportunidade para conversarmos sobre as diferenças culturais, o respeito às regras, enfim, é uma excelente oportunidade para educarmos nossos filhos para o mundo!

Ficou cansada(o)?

Não desista, viajar com as crianças é muito divertido e enriquecedor! Elas aprendem muito, crescem e nos surpreendem.

E parafraseando algo que sempre ouço: aproveite que elas “ainda” adoram viajar com vocês! 😦

Ai, não! Sou mãe corujíssima! Eles vão sempre estar por perto e o Dito aos 05 anos me prometeu uma viagem para a Disney no meu aniversário de 80 anos, mesmo que eu precise “de uma forcinha numa cadeira de rodas”! Palavras dele 🙂 !

Aí quem vai ter trabalho serão eles! E vão criar um blog: Vovós também viajam!

E vocês conseguem aproveitar?

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É preciso ser sincera… claro que sim!

Passamos dias a fio todos juntos, numa relação intensa e sem a pressão da rotina do dia a dia. Temos tempo para estarmos juntos.

E também nos divertimos muito, passeamos, brincamos, rimos, experimentamos coisas diversas, tiramos fotos, descobrimos novidades e pedacinhos do mundo juntos.

Eles crescem, amadurecem e descobrem muitas coisas nestes dias. E nós estamos lá, ao seus lados.

Agora é claro que esta não é uma viagem de baladas ou restaurantes muito badalados onde não é comum levar crianças. Não bebemos mais do que uma taça de vinho, não dormimos de madrugada, não acordamos às 11:00 horas da manhã.

Mas sempre escolhemos um restaurante muito legal e recomendado para comemorarmos nossas férias, tem dicas aqui.

Uma pracinha de Santiago

Uma pracinha de Santiago

Também não tenha a ilusão de que viajando com as crianças será possível imprimir o ritmo de viagem que dois adultos aguentam.

Não dá para caminhar 12 horas por dia. Também não dá para conhecer todas as esquinas, museus, igrejas, restaurantes e praças de Roma ou Paris ou Nova York em 3 dias. Tampouco conseguirá visitar 5 países em 15 dias. Ah, e subir os mais de 462 degraus no Vaticano… só se for no colo (do Papis) :-O !

Esqueça este tipo de programação e vá mais devagar.

Em cidades grandes, com muitas opções de passeios, escolha cuidadosamente as coisas mais interessantes e concentre-se em aproveitá-las. Considere nesta escolha lugares que tenham coisas que possam atrair e interessar aos pequenos.

E o que ficar faltando? Fica para uma próxima viagem… Não é uma ótima dica!? 🙂

Keep in mind, viajar com as crianças não é uma prova de resistência para elas.

Tente passeios mais devagar, um almoço mais demorado, uma parada num playground… Sabe que num outro ritmo acabamos descobrindo que ficar mais tempo nos lugares e fazer poucas coisas mais devagar é muito divertido?

Descobrimos coisas pequenas que na correria dos 5 países em 15 dias passariam desapercebidas. Existe uma infinidade de pracinhas com playgrounds, padarias, sorvetes, bancas de flores, lojinhas com coisinhas bonitinhas e feiras livres around world. Descubra-as!

Descobrindo um playground em Santiago do Chile

Descobrindo um playground em Santiago do Chile

E com mais tempo passamos pelos mesmos lugares, voltamos a um restaurante ou sentamos numa praça para tomar sol e sorvete como os habitantes do local. Percebemos melhor a forma como as pessoas vivem ali, nos apropriamos do  lugar. E ainda temos tempo para muitas fotos!

E as compras?

Também é possível faze-las, depende de organização, acordos muito claros e uma ajudinha do santo do Papis, que vai ter que distraí-los enquanto você olha umas coisinhas para você.

Agora não tenha a ilusão de que passará dias a fio entrando e saindo de lojas e experimentando toda a coleção de verão. Você não está sozinha em Nova York, né? Nem os Papis mais generosos costumam aguentar uma seção muito intensa de compras, imagine as crianças! Tem mais dicas aqui.

Quase tudo dito, faltou contar que a coisa que mais aproveito quando viajo com as crianças é linda, na verdade um presente delas para mim!

Elas me dão a oportunidade de conhecer ou rever lugares e coisas há muito conhecidos com novos olhos. Com os olhos de criança, aqueles que estão descobrindo o mundo!

Hoje revejo os lugares sob o ponto de vista delas. E é surpreendente a quantidade de coisas que não tinha visto ou percebido antes. Por exemplo, não mensurava o quanto Londres é mágica, um conto de fadas de verdade! (Mais aqui)

Em Londres, o conto de fadas que as crianças me apresentaram

Sinceramente, talvez não tenha aproveitado tanto os lugares e viagens sem as crianças…

Londres – um conto de fadas real

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Pois é, já conhecia Londres há anos. Já tinha visitado a maior parte das importantes atrações turísticas e a tinha com uma cidade muiiito legal, além de linda!

Mas eu nunca tinha visto Londres sob o olhar das crianças e sabem o que eu aprendi com elas?

Que Londres é a sede de um conto de fadas da vida real!

E você achava que não dava para aproveitar a viagem com as crianças?

Londres entrou no nosso roteiro especialmente porque o Dito e a Iaiá (Papis e Mamis também) amam os Beatles. Foi por causa dos Fab 4 que fomos parar em Londres e especialmente a Iaiá acreditava que encontraria Paul McCartney na Abbey Road, como se fosse o Mickey na Disney?! 🙂

Sir Paul não estava na Abbey Road 😦

Não encontramos Sir Paul, mas descobrimos um conto de fadas de verdade numa cidade linda, limpíssima e completamente kids friendly!

E foram as crianças que (re)construíram as histórias de princesas dos livros nesta linda cidade.

Olha, com todo o meu respeito e admiração à família real inglesa, a história abaixo foi construída pelas crianças, tá? Estou apenas recontando.

Em Londres as crianças se encantaram com a Rainha Elizabeth. Viram seus soldadinhos de chumbo, seus palácios, sua carruagem, seus jardins, as cenas da sua coroação, suas jóias e sua coroa e cedro.

Depois descobriram o futuro rei (“Acho que ele não se parece muito com um príncipe, não é mamãe?” – palavras da Iaiá aos 5 anos) que foi casado com uma princesa linda, que vivia no Kensington Palace que nós também visitamos.

E então esta princesa linda morreu, segundo as crianças, enfeitiçada pela bruxa malvada. E seu príncipe, que não era lá tão lindo assim, foi também enfeitiçado e se casou de novo! Guess quem é a bruxa malvada da história e onde ela foi parar?!

Mas como respeito a família real vou pular esta parte, fica por conta da sua imaginação, ou dos seus filhos!

Voltando à linda princesa que morreu, ela teve dois filhos príncipes e aquele que será o rei se casou com uma plebéia linda, numa linda cerimônia que aconteceu 4 meses depois de termos visitado Westminster, Buckingham Palace, o caminho do cortejo real e o Palácio de Kensington onde eles moram agora!

Em Kensington Palace, onde viveu a linda princesa Diana e para onde se mudaram, o lindo príncipe William e sua princesa Kate

No dia do casamento de William e Kate, e depois na festa do Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth, as crianças identificavam todo o caminho, os lugares, as pessoas. Vibraram com alegria, com se estivessem vendo um filme de velhos amigos em lugares familiares.

Quem acha que contos de fadas, príncipes, princesas, castelos, carruagens, barcos de ouro e bruxas não existem ainda não conhece Londres como as crianças.

London is much, much more than just cool!

Leitura para os pais 1 – Crianças francesas não atiram comida e não fazem manha!

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Entre os maiores desafios de nossas vidas está educar nossos filhos. Tarefa diária, interminável e, lugar comum mas preciso, sem manual.

Viajar com a turminha é também uma ótima oportunidade de educa-los para o mundo, mostrando as diferenças culturais e inclusive apontado sua repercussão no comportamento das pessoas. Durante as viagens somos desafiados a nos adaptar a essas diferenças, nem que seja para não causarmos desconforto àqueles do entorno.

Sinto isso especialmente na Europa, onde os restaurantes são menores, onde não são ofertados desenhos e crayons nos restaurantes, onde as pessoas falam baixo e estão atentas para não incomodar o vizinho.

E não são apenas as crianças que são educadas nas viagens, diante das diferenças e diversidades nós adultos também vamos nos questionando, nos modificando e corrigindo. Tentando acertar ou ao menos não errar muito. Se não é possível ser perfeito, que ao menos não sejamos um desastre.

Compartilho estes questionamentos com algumas amigas próximas e o livro Crianças francesas não atiram comida de Pamela Druckerman, toca em muitos dos pontos que a vida e as viagens nos apresentam.

Então, se sobrar um tempinho para ler, pensar, concordar, discordar, rir… e para aprender muiiito!

French Children Don’t Throw Food: Parenting Secrets From Paris – Pamela Druckerman

* em junho/2012 ainda não tinha sido publicado em português e só consegui comprar na Amazon.co.uk;

** Atualizado em julho/2013 – Foi traduzido e está à venda no Brasil com o título Crianças francesas não fazem manha. Só tiraram o xadrez da geléia francesa da capa 😦  !

Uma forcinha (bem grande…)

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Se você ainda tem dúvidas sobre viajar com as crianças, se ainda se acha uma extraterrestre ou teme ter perdido o juízo, leia esta história.

Este casal sueco partiu para a lua de mel na Austrália, Nova Zelândia, Japão e Indonésia com um bebê de poucos meses. Acontece que eles não foram parar no jornal por causa da longa viagem com um bebê, mas sim por terem estado presentes em todos os desastres naturais ocorridos nestas regiões naqueles meses.

Antes de se impressionar com a história relaxe, acabou tudo bem. Depois perceba que o espanto não é com o fato deles estarem viajando com a filhinha, em lua de mel. Nos países nórdicos as licenças maternidade são enormes, então é comum famílias aproveitarem para realizar longas viagens com os pequenos.

Incrível: Lua-de-mel de casal sueco segue ‘trilha de destruição’ pelo mundo – 10/04/2011

Lua de Mel e desastres naturais pelo mundo 

A viagem de quatro meses de Stefan and Erika Svanstrom, com a bebê Elinor, era para ter sido uma lua-de-mel descontraída e ensolarada, mas acabou sendo marcada por desastres naturais.

Começando pela Alemanha onde enfrentaram uma tempestade de neve, foram para a Austrália, onde passaram por áreas afetadas por incêndios florestais, além de tempestades de monsões, lá e em Bali, na Indonésia.

Depois foram para Cairns, na Austrália, onde atravessaram o ciclone Yasi, o mais destrutivo a atingir a região em vários anos. Na próxima parada, o Japão, acabaram vivendo o terremoto em Tóquio.

Para encerrar, foram para Brisbane, na Austrália, logo depois das enchentes que devastaram a região.

Stefan, Erika and  Elinor

Veja mais na BBC:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/multimedia/2011/04/110408_videoluademelebc.shtml